para onde vocês partiram quando desvaneceram na fumaça

olhos parados

pauso meus pensamentos no ar
como quem segura a fumaça de um cigarro:
não estou aqui? e este corpo que me ronda,
onde apodrece seu sangue seco
senão na rua que logo será novamente o mesmo?
(respiro, logo continuo)
tem garras de estátua mas não tem imagem;
tem olhos que olham os próprios olhos;
de noite não existe, de dia também não;
o que é?
sigo em frente como se ouvisse
apenas o som dos meus pés,
que estalam e formam bolhas
como se a dor fosse deveras essa
no mesmo idioma.

não encaro ninguém na rua
com medo de me encontrar
por aí.

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