Lúcio deixava a empresa após um produtivo dia de trabalho, calmamente, como quem vai embora sem querer ir, quando o chefe, que o observava do saguão, perguntou, com a amabilidade que lhe era tão própria: “por que a pressa?, vai tirar o pai da forca?”.
Lúcio apenas sorriu, eram perguntas retóricas, e ainda antes de transpor a porta, alcançaram-lhe os ouvidos um elogio: “seu trabalho está indo do ruim ao medíocre” e um doce aviso “sua batata está assando”. O encabulamento roubou-lhe as palavras, e Lúcio apenas fez um aceno ao patrão incapaz de enxergar hierarquias.
Com a vaidade a lhe beliscar os ouvidos, caminhou até a melhor lanchonete da região que, por acidente ou sorte, ficava a poucos metros dali. Havia tempo abundante até as aulas interessantíssimas que o aguardavam na universidade, poderia saborear tranquilamente as deliciosas iguarias preparadas pelo chef do estabelecimento.
Chegou à lanchonete cantarolando baixinho, aproximou-se…
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