Ela guardava dentro de si muitas coisas que não dizia. Era um passado que, disseram, não poder falar jamais. Era um desses tipos de coisas que, mesmo fazendo parte de sua vida, de sua história, por diversos motivos, achou que talvez pudesse deixar para depois da morte. Anos de uma vida posto em segredo para que ao menos a próxima geração não passasse pelo que ela passou.
Mas a vida não é assim que funciona. Por mais que tentemos esconder, sempre carregarmos vestígios do nosso ser. Essas coisas sutis que acabam por nos entregar no dia-a-dia: as comidas prediletas, as brincadeiras nos momentos de alegria, a própria definição de “momentos de alegria”, a forma de encarar o mundo e as pessoas, o jeito de andar, os fios de cabelo da cabeça e a ausência deles no restante do corpo, a cor da pele. Até parece que a história que gostaria…
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