O frio é psicológico – Elisa Ribeiro

As Contistas

Faz frio. Não tanto quanto ontem e provavelmente menos do que daqui a dois dias quando está prevista a chegada de uma frente fria daquelas. Aqui em Lisboa é inverno.

Faz frio, mas o tema encomendado dessa crônica é o verão e eu, bom soldado, caço na memória um kairós* qualquer que possa render uma página.

Faz frio e a sensação nas minhas canelas descobertas enquanto escrevo me leva às águas gélidas do mar desse lado do oceano, tanto faz se verão, primavera, outono ou inverno.

Há três anos, quando cá cheguei, não mergulhava, nunca, no máximo molhava as mãos, os pés, as coxas quando a covardia me permitia avançar mar adentro por dois ou três metros. Só uma vez mergulhei, salvo a memória me falhe, o que é muito provável, desafiada por uma Tuga que, me vendo pé-ante-pé, encolhida e arrepiada, me disse que era assim que se fazia…

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