Permanência

Meu Eu Escritor

A pia cheia de louça.

A cama desarrumada.

O chuveiro pingando e a toalha molhada sobre o sofá.

Nos últimos anos, esse era o cenário que se via todos os dias no apartamento 22 de um prédio na movimentada Avenida Alberto Caeiro, do mesmo modo como nesta manhã de primavera: a pia cheia, a cama desforrada, o chuveiro pingando, a toalha jogada…

E, todas as manhãs, do lado de fora, pássaros cantavam, automóveis e pedestres passavam de um lado e de outro na rua.

No prédio, o elevador subia e descia, os vizinhos andavam apressados pelos corredores, davam risadas, discutiam política e futebol enquanto se direcionavam à saída para mais um dia de trabalho… Mais tarde, com as luzes de todos os apartamentos já acesas, preparavam o jantar com a TV ligada na novela ou em algum desenho para distrair as crianças.

Tudo isso costumava aguardá-lo à noite, quando ele…

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