Eu sou psiquiatra. Ou costumava ser, antes de ter o meu registro cassado pela Ordem dos Psiquiatras do Brasil.
Tudo começou quando minha secretária recebeu a ligação daquele homem que desejava ser atendido depois das nove horas da noite. Bastante fora do meu horário, mas resolvi abrir uma exceção. Até porque ele se dispôs a pagar um “adicional noturno”.
Quando chegou, fiquei admirado com sua aparência, mas como sempre aparentei naturalidade. Alto, magro, muito pálido e extremamente bem vestido. Ao apertar minha mão tive um arrepio, tão gelada era a sua pele.
Sentou-se devagar e olhou-me profundamente nos olhos.
“Estou aqui porque a minha mulher me obrigou.”
“Por que a sua mulher achou necessário o senhor vir aqui?”
“Ela acredita que eu seja vítima de uma fantasia criada por minha mente.”
“Que fantasia seria essa?”
“Não há nenhuma fantasia, somente a realidade. Realidade que ela insiste em não admitir.”
“Que…
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