Escrever o cansaço incansável: Žižek Vai ao Ginásio | por Carla Carbatti

em

Tiago Alves Costa

Como escrever quando as palavras, o pensamento, o silêncio, as mãos estão cansadas? O que escrever com as palavras, o pensamento, o silêncio e as mãos cansadas?

Cansaço, eis um conceito, ou melhor, um percepto (o pensar mediante percepções e sensações próprio das artes, segundo Deleuze e Guattari) incontornável para acompanhar ao Žižek Vai ao Ginásio de Tiago Alves Costa. Não só o vocábulo e sinônimos aparecem inúmeras vezes, quanto há várias imagens que nos remetem a ele. Mas antes de seguir por aí, devo lhes indicar meu procedimento de leitura. Aprendi, pesquisando Clarice Lispector, que a palavra pode ser tecida (ou capturada) no interior de um dispositivo (dispositivo a modo foucaultiano, como aparelho e aparato de poder), chamado Literatura. Desde aí podemos classificar um livro, chamá-lo de romance, poemário, crônica, obra de teatro, etc.; podemos situá-lo em uma escola literária; ou mesmo, seguindo a trilha de sua fortuna crítica…

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