Canícula

Moto-contínuo

Fazia um calor carioca, uma canícula, em pleno outubro, na Serra de Petrópolis.

Depois de encerrado o expediente no teletrabalho, abri o noticiário na tela do lap top: queimadas na Amazônia e no Pantanal, o presidente diz que não há corrupção em seu governo e, menos destacada, uma notícia sobre o aumento dos casos de violência doméstica durante o período da pandemia.

Há quinze ou vinte anos era impensável um aparelho de ar condicionado numa casa na Serra. Em maio, as noites já eram bastante frias e, mesmo no verão, dormia-se bem nos dias mais quentes, com o auxílio de um ventilador.

Assim que sobrar um dinheiro, um ar condicionado. Não, dois, um em cada quarto, pelo menos, pensei.

Não corria vento, o suor descia pelo rosto, transbordava pelos poros e ensopava minha camisa. O Sol da tarde, mesmo já se deitando por trás das montanhas, ainda sufocava.

Cliquei…

Ver o post original 423 mais palavras